Aluísio Azevedo
Como um jornalista, Aluísio Azevedo ia aos locais onde pretendia ambientar seus romances, conversava com as pessoas que inspirariam suas personagens, misturava-se a elas. Procurava assim reproduzir o mais fielmente possível a realidade que retratava. Além disso, desenhista habilidoso, às vezes, desenhava suas personagens em papel cartão, recortava-as e as colocava em ação, num teatro para si mesmo, de modo a visualizar as cenas que iria narrar.
Como um jornalista, Aluísio Azevedo ia aos locais onde pretendia ambientar seus romances, conversava com as pessoas que inspirariam suas personagens, misturava-se a elas. Procurava assim reproduzir o mais fielmente possível a realidade que retratava. Além disso, desenhista habilidoso, às vezes, desenhava suas personagens em papel cartão, recortava-as e as colocava em ação, num teatro para si mesmo, de modo a visualizar as cenas que iria narrar.
Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo foi um crítico
impiedoso da sociedade brasileira e de suas instituições. Abandonou as
tendências românticas em que se formara, para tornar-se o criador do
naturalismo no Brasil, influenciado por Eça de Queirós e Émile Zola. Seus temas
prediletos, focados na realidade cotidiana, foram o anticlericalismo, a luta
contra o preconceito de cor, o adultério, os vícios e a vida do povo humilde.
Nascido em São Luís, Aluísio viajou para o Rio de Janeiro
aos 17 anos a chamado do irmão, o teatrólogo Artur Azevedo. Começou a estudar
na Academia Imperial de Belas-Artes e logo passou a colaborar, com caricaturas
e poesias, em jornais e revistas.
A partir da publicação de seu primeiro romance, Uma lágrima
de mulher (1880), em estilo romântico e extremamente sentimental, viveu durante
15 anos do que ganhava como escritor. Por isso, sua obra pode ser dividida em
duas partes: a primeira, romântica, escrita para agradar o público e vender
bem, de modo a garantir-lhe a sobrevivência. A segunda, naturalista, para
expressar sua visão de mundo e as mazelas do Brasil. Foi esta que lhe deu
destaque na história da literatura brasileira.
É o caso de O mulato, publicado em 1881, no auge da campanha
abolicionista, que provocou um grande escândalo. O autor tentava analisar a
posição do mestiço na sociedade maranhense de seu tempo e atacou o preconceito
racial. Até 1895 escreveu 19 trabalhos, entre romances e peças teatrais.
Continuou colaborando em jornais e revistas, com caricaturas, contos, críticas
e novelas. Ele próprio tentou lançar em São Luís um periódico anticlerical
intitulado O Pensador, no mesmo ano de publicação de O mulato. A reação hostil
da sociedade provinciana e do clero fez com que voltasse definitivamente para o
Rio de Janeiro.
Ao ingressar por concurso na carreira diplomática, em 1895,
encerrou a sua história literária. A serviço do Brasil, esteve na Espanha,
Japão, Uruguai, Inglaterra, Itália, Paraguai e Argentina, onde morreu.
Além de O mulato, os romances que o consagraram perante a
crítica e o público culto foram: Casa de pensão (1884), inspirado num caso da
crônica policial do Rio, que descreve a vida nas pensões chamadas familiares,
onde se hospedavam jovens que vinham do interior para estudar na capital; e O
cortiço (1890), considerado sua obra-prima, onde narra, em linguagem vigorosa,
a vida miserável dos moradores de duas habitações coletivas.
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